Você sente tontura quando anda de carro? Pode ser cinetose!

Cinetose é uma condição mais comum do que se imagina e pode causar crises bastante desconfortáveis, tornando viajar um verdadeiro pesadelo. Saiba como diagnosticar e lidar com o problema.

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As férias estão chegando e enquanto muitas pessoas comemoram a oportunidade de viajar, para outras isso se torna um enorme problema. O motivo? Sentir tontura, enjoos e mal-estar ao andar de carro, ônibus ou avião. E por que isso ocorre? Por conta da cinetose. Esses sintomas ao andar de carro são uma experiência desconfortável que muitas pessoas enfrentam. Este fenômeno é conhecido também como enjoo de movimento. A cinetose é uma condição causada por um descompasso entre os sinais enviados ao cérebro pelos olhos, ouvidos internos e sistema proprioceptivo. Mas vamos entender melhor sobre as possíveis causas e os tratamentos disponíveis para essa condição.

O que é cinetose?

A cinetose é um distúrbio comum que ocorre quando o cérebro recebe informações conflitantes sobre o movimento e a posição do corpo. Quando estamos em movimento, como em um carro, barco ou avião, nossos olhos, ouvidos internos e sistema proprioceptivo enviam sinais ao cérebro para ajudá-lo a interpretar o movimento. No entanto, quando esses sinais são inconsistentes, pode ocorrer a cinetose.

Para entender a cinetose, é importante conhecer os três sistemas que ajudam nosso corpo a perceber o movimento e manter o equilíbrio:

Visão: Nossos olhos captam o movimento do ambiente ao nosso redor. Se estivermos em um carro, por exemplo, podemos ver a paisagem passando, indicando ao cérebro que estamos em movimento.

Ouvido Interno: O labirinto, uma estrutura no ouvido interno, é crucial para o equilíbrio. Ele contém fluidos que se movem conforme a cabeça se desloca, ajudando o cérebro a detectar acelerações, movimentos angulares e forças gravitacionais.

Propriocepção:
Este sistema envolve receptores nos músculos e articulações que informam ao cérebro a posição do corpo no espaço. Mesmo com os olhos fechados, podemos sentir se estamos de pé, sentados ou inclinados.

Quando viajamos de carro, esses sistemas podem enviar sinais conflitantes. Se estivermos lendo, por exemplo, nossos olhos indicam que estamos parados, mas o labirinto detecta o movimento do carro. Esse conflito resulta na cinetose.

Algumas pessoas são mais propensas à cinetose do que outras. A genética pode desempenhar um papel na susceptibilidade à cinetose, assim como a inflamação do ouvido (labirintite) pode desencadear o problema. Mulheres, em geral, são mais propensas a experimentar cinetose do que homens, bem como crianças entre 2 e 12 anos são particularmente suscetíveis. Quadros de gravidez, enxaqueca e ansiedade aumentam o risco de apresentar cinetose.

Os sintomas da cinetose variam em intensidade e podem incluir náusea, vômitos, tontura, vertigens, sudorese, sensação de calor, palidez e mal-estar generalizado. Esses sintomas podem surgir rapidamente e piorar muito durante a viagem.

O diagnóstico da cinetose é feito por um otorrinolaringologista. A avaliação inclui a análise do histórico clínico e pode envolver exames específicos, como a videonistagmografia e o videoteste de impulso cefálico (VHIT). Estes testes ajudam a identificar a função vestibular e a presença de quaisquer anormalidades que possam contribuir para a cinetose.

A videonistagmografia avalia os movimentos dos olhos para detectar anomalias no sistema vestibular. A VNG é útil para identificar problemas de equilíbrio e tontura relacionados ao ouvido interno. Embora não seja diretamente relacionada à cinetose, a audiometria pode ser usada para avaliar a audição e detectar possíveis problemas no ouvido interno que possam contribuir para sintomas de tontura e desequilíbrio.

Tratamento da cinetose
O tratamento da cinetose pode ser dividido em abordagens medicamentosas e não medicamentosas:

Medicamentos Vários medicamentos podem ajudar a prevenir e aliviar os sintomas da cinetose, entre eles:

Anti-histamínicos: Dimenidrinato é um dos mais comuns e pode ser tomado antes da viagem para prevenir sintomas.

Escopolamina: Disponível em forma de adesivo transdérmico, é eficaz na prevenção de náuseas e vômitos.

Prometazina: Pode ser combinada com cafeína para aumentar a eficácia.

Esses medicamentos funcionam melhor quando tomados preventivamente, antes dos sintomas surgirem e só devem ser utilizados com orientação médica, uma vez que podem piorar os sintomas ou agravar outros problemas.

Abordagens Não Medicamentosas Existem várias estratégias que podem ajudar a reduzir os sintomas da cinetose:

Técnicas de reabilitação vestibular: conduzidas por fonoaudiólogos, podem ajudar a treinar o sistema vestibular para se habituar aos estímulos de movimento. Estes exercícios incluem movimentos específicos da cabeça e do corpo que ajudam a melhorar o equilíbrio e reduzir os sintomas de cinetose. É uma das principais abordagens para melhorar a cinetose.

Comprimidos de Gengibre: Gengibre é conhecido por suas propriedades antieméticas.

Além disso, algumas medidas simples podem ajudar a prevenir as crises de cinetose. As principais delas são: Olhar para o horizonte: Tente focar em um ponto distante e estável, como o horizonte. Isso pode ajudar a alinhar os sinais visuais com os sinais de movimento percebidos pelo ouvido interno.

Escolher o assento adequado: No carro, sente-se no banco da frente. Em um avião, prefira os assentos sobre as asas. Em um navio, opte por cabines com janelas e que estejam localizadas no centro do navio.

Evitar leitura e uso de dispositivos eletrônicos: Ler ou usar smartphones durante a viagem pode exacerbar os sintomas de cinetose. Em vez disso, mantenha os olhos no ambiente ao seu redor.

Manter o ambiente fresco: Abra uma janela ou use o ar-condicionado para manter o ar fresco circulando. Isso pode ajudar a reduzir a sensação de náusea. Refeições leves e odores fortes: Odores fortes e refeições pesadas podem piorar os sintomas. Opte por refeições leves e evite comer durante a viagem. Hábitos saudáveis: O uso de fumo e bebidas alcóolicas pode piorar os sintomas da cinetose. Então, deixe de lado o cigarro e o álcool e mantenha-se bem hidratado antes, durante e após a viagem.

A cinetose é uma condição comum que pode transformar viagens agradáveis em experiências desconfortáveis. Identificar as abordagens que funcionam melhor para você pode levar algum tempo e experimentação. Se os sintomas persistirem ou forem particularmente severos, é aconselhável consultar um otorrinolaringologista para uma avaliação detalhada e recomendações personalizadas. Com a abordagem correta, é possível minimizar o desconforto e aproveitar suas viagens com mais tranquilidade.

Boas férias!
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