Escutar mas não entender: entenda os motivos desse problema na audição

 

Você já teve a sensação de escutar mas não entender o que os outros falam? A audição é um dos cinco sentidos do corpo humano. Ela nos permite ouvir e processar o som. O som, por sua vez, é capaz de proporcionar e modificar emoções. Além disso, as emoções têm um papel fundamental nos relacionamentos, na saúde e na qualidade de vida das pessoas. Por isso, escutar é essencial. Mas o que faz uma pessoa não entender a fala?

 

O que fazer quando a pessoa escuta, mas não consegue compreender o que está sendo falado?

 

Escutar mas não entender: por que isso acontece?

Por que escuto mas não entendo? De início, essa pergunta pode parecer estranha, mas esse fenômeno é bem recorrente e faz parte dos sintomas da perda da audição. Essa deficiência nem sempre é tão explícita, por isso os sinais podem aparecer de forma discreta. Vamos entender porque e como essa perda auditiva se desenvolve a partir de agora! 

 

Quando alguém fala, a voz é capaz de atingir frequências mais graves ou agudas, dependendo da letra que ela está emitindo. Os sons das vogais, por exemplo, possuem frequência mais grave e volume mais alto. Já outros fonemas de consoantes tendem a ter frequências mais altas e volumes mais fracos. Mas no que isso influencia? Saiba mais aqui.

 

O fato de escutar mas não entender o que é dito se relaciona ao grau de perda auditiva. “Muitos pacientes apresentam audição com limiares normais para frequências baixas (sons graves) e perda para frequências médias e altas (sons agudos)”, pontua a Dra. Andrea Soares (CRFa – 2 -11424), do corpo clínico Imong. Assim, segundo a fonoaudióloga, eles conseguem captar a voz, mas há “perda de parte das informações na fala, como os fonemas mais suaves com os sons da letra f e v.”

 

Por outro lado, uma perda auditiva em frequências altas faz com que a pessoa não perceba sons rotineiros (como o toque de uma campainha e pássaros cantando). “Essa configuração de perda é bastante comum em pacientes com presbiacusia, perda auditiva relacionada ao envelhecimento”, acrescenta a Dra. Andrea.

Razões para problemas na audição

 

Sinais

A perda de audição, geralmente, inicia e é mais séria na falha de compreensão dos sons agudos (altos). Dentro desse contexto, a pessoa pode apresentar um grau de perda moderado, porém, não conseguir escutar o som agudo e grave da mesma forma.

 

Quando alguém fala para ela a palavra “vaca”, por exemplo, em vez de entender “vaca”, pode entender “faca”. Ou, ainda, a pessoa pode não perceber o fonema s (/s/) da palavra giz.   E, com isso, obter diferentes interpretações a respeito do que foi falado. O problema pode começar dessa forma e agravar para um cenário em que a pessoa não entende tão bem o que está sendo comunicado a ela. 

 

É interessante destacar que, mesmo que pareça estranho alguém conseguir escutar, mas não entender, é perfeitamente possível. As pessoas que apresentam essa deficiência conseguem ouvir, mas a falta de compreensão surge a partir do que não se ouviu, indicando algum grau de surdez. 

 

Como saber se estou perdendo a audição?

Por ser considerada uma deficiência invisível, na maioria dos casos, as pessoas demoram a perceber que estão perdendo a audição. Existem alguns sinais de alerta para a surdez além do fato de conseguir ouvir, mas não entender. Acompanhe mais, a seguir.

 

A Dra. Nathália Campos (CRM-SP 147247), que também faz parte do corpo clínico Imong, observa que “alguns comportamentos no dia a dia podem indicar que algo vai errado com a nossa audição”. São situações como “aumentar muito o volume da TV, pedir para as pessoas repetirem o que falaram ou ter a sensação de que as pessoas ao seu redor falam muito baixo”, diz a médica.

 

Locais barulhentos, os vilões

Em ambientes como bares, supermercados e comemorações, a compreensão da fala fica mais difícil. A complicação em manter um diálogo nesses locais, pode, portanto, ser um sinal de perda auditiva. Vale a pena ficar atento a isso. Os sons de fundo (músicas, falatório ou gritos) são fatores de intenso impacto em indivíduos com perda auditiva, visto que reduzem o entendimento da fala.

 

Volume máximo

Necessidade de aumentar (além da conta) o áudio da TV, do vídeo no computador, programa de rádio, ou mesmo, de sua música favorita no celular: neste caso, acontece até de as outras pessoas de seu convívio tentarem falar com você, sem sucesso, por causa do alto volume do som. Já deve ter acontecido isso com você, não é?

 

Telefone

Dificuldade de entender todas as palavras que a pessoa do outro lado da linha está falando, percebe que não é fácil discernir sílabas ou letras. Você até pode pensar que é problema do aparelho, fio mal conectado ou ligação de baixa qualidade.

 

“Pode repetir, por favor?”

Uma pessoa com perda auditiva já deve ter falado isso algumas vezes. Mesmo que a voz do emissor (quem está falando) da informação esteja em tom normal, o paciente sente dificuldade e acredita ser um problema do outro, que está falando mais baixo do que o habitual. É como se o outro estivesse, em linguagem popular, “falando para dentro”, entende?

 

“Fale mais baixo, por favor”

Aqui, acontece o inverso da situação descrita acima. Alguém que tem a audição comprometida, certamente, já escutou essa frase. Isso, pois, já que o paciente está escutando mal uma pessoa, também é difícil para ele ouvir a si mesmo. Então, eleva o volume da voz na tentativa de suprir essa falta.

 

Dependência da leitura labial

Não ouvir, como você pode perceber, influencia diretamente na comunicação das pessoas. Assim, um ponto merece ser observado: quando uma pessoa só compreende o que a outra fala se estiver de frente para a outra. Ou seja, quando se tem apoio de leitura labial para entendimento do que está sendo dito. Volta e meia, ela se depara encarando a fisionomia, os lábios da outra pessoa.

 

Nessa situação, o sentido da audição, de certa forma, deixa de ser protagonista do canal de comunicação firmado e passa a ser coadjuvante. Enquanto isso, a visão (leitura labial) fica mais apurada, tornando-se figura principal da conversa.

 

Esses são somente alguns dentre os possíveis sinais que podem ser desenvolvidos pelas pessoas que apresentam surdez. 

 

Algumas doenças podem causar surdez temporária

No mais, é preciso comentar sobre as doenças que geram surdez temporária. Infecções, tanto na infância quanto na vida adulta, podem causar perda auditiva temporária. A infecção (por bactéria ou vírus) do ouvido médio, por exemplo, pode formar fluidos que impedem o funcionamento adequado da audição. Neste problema, a orelha média, que fica atrás do tímpano, pode inflamar em decorrência de uma secreção.

 

Diagnóstico

E como uma pessoa pode perceber se está sofrendo de perda de audição? Atualmente, além dos exames feitos em clínicas e laboratórios, já existem testes de audição feitos de forma on-line para identificar como está sua audição. São diversos aplicativos e sites que possibilitam de forma prática e rápida que o indivíduo teste sua habilidade de distinguir palavras e números. 

 

É fundamental frisar, porém, que o teste de audição domiciliar, feito em casa, trata somente de um procedimento de triagem. Dessa maneira, é necessária a visita a um profissional capacitado a realizar uma avaliação mais completa e assertiva sobre o quadro, como recomenda a Dra. Nathália: “O melhor é procurar um especialista (médico otorrinolaringologista), que deve lhe pedir um exame de audiometria (realizado por um fonoaudiólogo), que é o método padrão para o diagnóstico de qualquer perda auditiva, mesmo as mais iniciais”.

 

Aparelho auditivo

Existem diversos tratamentos disponíveis para os casos em que os exames apontam uma perda auditiva. Dentre eles, está o uso de aparelhos de audição. Esses dispositivos eletrônicos, utilizados dentro ou atrás da orelha, têm a função de emitir sons mais altos e também aumentar especificamente as frequências com perda identificadas nos exames. O objetivo é fazer com que as pessoas possam ouvir, compreender, se comunicar e participar ativamente de atividades cotidianas. 

 

O custo do aparelho de audição varia de acordo com as características do dispositivo, se ele é mais básico ou mais sofisticado. Existem diversas marcas no mercado. Dentro disso, algumas ponderações devem ser feitas. “O fonoaudiólogo e o paciente irão discutir sobre as necessidades auditivas diárias do paciente, considerar a capacidade de manuseio desses dispositivos, a preocupação estética e necessidade de uso de acessórios, relacionado ao grau e configuração da perda auditiva”, explica a Dra. Andrea.

 

Também, é bom destacar que o paciente precisa fazer um teste e usar o aparelho, em casa, durante sua rotina, para ver com a qual ele se adapta melhor. A escolha sempre se baseia em normas e evidências científicas. Junto a isso, há os testes objetivos, realizados no consultório médico. Somente depois de testar, a pessoa estará apta a decidir e comprar o mais adequado.

 

Prótese auditiva: saiba quando pode ser recomendada por um profissional

Uma prótese auditiva pode ser indicada para qualquer grau de perda de audição. Mas a Dra. Andrea ressalta que a “a indicação de uso e de qual prótese auditiva deve ser adaptada, depende de muitos fatores, além de uma avaliação cuidadosa com médico otorrinolaringologista e fonoaudiólogo”. Por isso, é fundamental fazer uma avaliação da audição, assim que os primeiros sintomas surgirem. “Hoje os estudos já demonstram que a perda auditiva provoca grande impacto na qualidade de vida e desempenho cognitivo do paciente, mesmo quando o grau é leve”, conclui.      

 

Escutar mas não entender em tempos de Covid-19

 

A dificuldade de audição está presente nos dias atuais e foi agravada devido a pandemia do novo coronavírus. Tanto para as pessoas com surdez, parcial ou total, quanto para aqueles que escutam perfeitamente, o uso das máscaras tem sido um desafio na comunicação. É o que explica a Dra. Andrea: “Muitas vezes, a perda de audição é mínima e ainda não causa impacto na comunicação. Mas, com o uso constante de máscara, a dificuldade de ouvir a fala torna-se mais presente.”

 

Com o uso das máscaras, a voz das pessoas perde intensidade, ficando um pouco distorcida e abafada. Esse fator prejudica a fala e faz com que as pessoas passem a escutar mas não entender completamente as palavras pronunciadas. 

 

A depender do modelo de máscara usado, a redução da fala pode ser de até 12dB, o que gera esforço para compreensão da fala. Sendo assim, as pessoas que apresentavam perda auditiva mínima e não se incomodavam ou não percebiam a perda, com o uso de máscaras, vêm percebendo e identificando a dificuldade auditiva. 

 

Além da redução do volume da voz, há outra questão: não é possível, de máscara, identificar expressões faciais e ler os lábios da pessoa. “A leitura labial é um apoio na compreensão da fala da grande maioria dos portadores de perda auditiva, independentemente do grau da perda, do uso de próteses auditivas ou implante coclear”, destaca a Dra. Andrea. Mesmo que o olhar fale bastante, ter mais da metade do rosto coberto influencia na compreensão do que o outro está dizendo e qual emoção ele está transmitindo.

Há diversas razões para alguém escutar mas não entender, de fato, o que é dito. Então, se você sentir alguma dificuldade para ouvir, procure um médico otorrinolaringologista o quanto antes. Ele vai saber te orientar da forma que você precisa! Não deixe a saúde do seu ouvido de lado. Cuide dela.

 

Clínica Imong

Se você tem a sensação de escutar mas não entender,  procure um local especializado, que possa te atender da melhor forma, analisar o seu quadro e decidir o jeito certo de tratar seu problema. A Clínica Imong é um centro de referência e tradição em Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia.

 

Ela conta com profissionais renomados e capacitados para te apresentar o que você necessita. A Imong atua em importantes centros, como o Hospital das Clínicas, Hospital Sírio Libanês, Hospital Samaritano e outros.

 

Atendemos diversos convênios e exames. Não perca tempo, confira mais sobre nós, agora mesmo, em nosso site!

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