Fone de ouvido e perda auditiva: qual a relação?


Muita gente não sabe, mas o uso prolongado de fone de ouvido pode afetar a audição e até resultar em perda auditiva


perda auditiva com fone de ouvido


Muitas pessoas preferem estudar e trabalhar ouvindo música. Há aqueles ainda que gostam de ouvir o podcast favorito no caminho de casa ou ainda gostam de dormir assistindo um filminho no celular, certo? Pois é, todas essas atividades podem ser muito legais, mas o problema é que, na grande maioria das vezes, as pessoas fazem isso usando fones de ouvido.


Com certeza, você já fez ou conhece alguém que faz isso frequentemente. Tem pessoas que passam o dia todo, na escola ou no trabalho, usando fones de ouvido. Além disso, muita gente costuma aumentar o som, o que não é saudável para seus ouvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50% da população entre 12 e 35 anos, moradora de países de média e baixa renda, escuta música em intensidade prejudicial para a audição.


Com a popularização dos smartphones o hábito do fone de ouvido se espalhou ainda mais. O problema não está nos dispositivos em si, mas na forma como os utilizamos. O ideal é nunca usar por muito tempo seguido e sempre em volume baixo. O uso prolongado e com som alto pode levar à lesão dos ouvidos, especialmente das células ciliadas da cóclea. 


Por isso, os piores locais para usar fones são a rua, a academia e o metrô. Justamente por serem locais com alto nível de ruído, as pessoas tendem a aumentar o som do aparelho para compensar o ruído externo.


Nosso ouvido tem uma capacidade natural de proteger-se de sons abaixo de 80dB por algum tempo, através da contração de músculos da orelha média. É como um mecanismo de defesa natural para nossa sobrevivência. No entanto, quando ele é exposto por muito tempo a ruídos, esses músculos podem sofrer fadiga e deixar de atenuar os sons mais altos.


Dessa maneira, sons elevados atingem a orelha interna e provocam lesão transitória e até a morte das células ciliadas, que são as responsáveis por transformar o estímulo sonoro em impulsos elétricos para o nervo auditivo. Os fones de ouvido são particularmente perigosos, pois quanto mais próximo da membrana do tímpano estiver a fonte sonora, maior a intensidade do som e, portanto, maior o risco de lesão auditiva.


Qual fone de ouvido é melhor?


Como dito, o problema não é o dispositivo em si, mas a forma de uso. Se puder, prefira os fones tipo concha (externos) aos fones internos (intra auriculares). Os primeiros são mais indicados porque ficam mais longe da membrana do tímpano e costumam isolar melhor o som, o que evita aumentar o volume. Já existem, inclusive, versões no mercado com redutor de ruído, que isolam melhor o som, fazendo com que a pessoa use um volume adequado.


Além disso, os fones internos podem causar infecções de ouvido, por conta da umidade e da pressão provocadas no canal auditivo. Infecções de ouvido frequentes também podem afetar a audição.


Procure sempre usar os fones por no máximo 30 minutos e descanse por outros 30 minutos. Isso vai proporcionar descanso para seu ouvido e aumentar a ventilação, evitando problemas. Lembre-se de sempre higienizar os fones antes do uso, para evitar a proliferação de bactérias. 


Na hora de ajustar o volume, lembre-se que o ideal é que você consiga ouvir uma pessoa chamando seu nome em volume normal. A pessoa não deve precisar gritar com você, se isso ocorrer, é hora de diminuir o som. Lembre-se que a partir de 80 dB, o risco de lesão auditiva aumenta exponencialmente. A exposição a 90 dB por 4 horas já é suficiente para causar perda auditiva.


Tratamento e prevenção da perda auditiva


Ao perceber qualquer alteração na audição, a pessoa deve buscar ajuda especializada. O profissional irá realizar uma audiometria, exame que é capaz de identificar tipo, grau e configuração da perda auditiva em cada orelha.


Também chamado de avaliação audiológica, é um exame que determina a integridade do sistema auditivo. É um dos principais procedimentos para prevenir e tratar casos de perda auditiva. “Assim como as pessoas realizam exame de vista regularmente, para identificar problemas de visão, devem realizar regularmente uma avaliação auditiva, que irá identificar possíveis perdas auditivas” – explica a otorrinolaringologista Iryna Prist, da IMONG.


O exame de audiometria é rápido, indolor e não exige preparo prévio. Ele é realizado em uma sala acústica, pelo profissional fonoaudiólogo, que irá enviar estímulos sonoros diferentes para cada ouvido do paciente, a fim de medir a audição.


Em muitos casos, a perda auditiva é temporária e pode ser reversível, por exemplo, no caso de uma otite. Em outros casos, é possível tratar a perda auditiva com o uso de próteses auditivas.


Alguns pacientes podem relatar zumbido, após o uso prolongado de fones de ouvido. É como um chiado, apito ou barulho de abelha dentro do ouvido. O problema é bastante comum e pode afetar a qualidade de vida do paciente. Nesses casos, podem ser indicados outros exames, como acufenometria e terapia com gerador sonoro.


O importante é lembrar que o nosso ouvido precisa de cuidados e merece atenção. Visite seu otorrinolaringologista e realize a audiometria regularmente. Cuidar da audição é um dever, pois ela sofre com os estímulos externos e com os impactos da idade e quanto antes for detectada e tratada qualquer alteração, maiores as chances de sucesso.


E quando estiver usando fone de ouvido, não se esqueça: faça a higiene do dispositivo, por menos tempo e em volume baixo. Seus ouvidos agradecem!

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