Recentemente, a influenciadora Boca Rosa declarou problemas de saúde renal, nefrite, derivados de quadros de amigdalite

Uma das mais famosas influenciadoras do Brasil, conhecida pelos seus impecáveis tutoriais de maquiagem, alertou para um problema grave em suas redes sociais: a relação entre amigdalite de repetição e nefrite. Mas afinal, como inflamações recorrentes de garganta podem afetar os rins? E quais os sintomas e tratamentos possíveis?

Boca Rosa sofre com um quadro de amigdalite crônica, ou seja, ela tem casos repetidos da doença. Muitas vezes, ela pode passar meses sem ter nenhum episódio, mas toda vez que ela surge com força, seus rins imediatamente sentem o impacto e passam a falhar. O problema é sério e precisa ser acompanhado de perto por uma equipe médica multidisciplinar.

A doença pode começar a ser notada de 2 a 3 semanas após o início de uma infecção de garganta ou na pele. Ocorre primeiro a diminuição na quantidade de urina, que passa a mudar de coloração. Em alguns casos, a pessoa pode sentir cansaço devido ao quadro de inchaço e falta de apetite, nem sempre percebidos pelos outros.

Em geral, é necessária a internação por alguns dias, para que a amigdalite melhore e o rim volte ao seu estado normal. A administração de remédios na veia e exames costuma melhorar o quadro em questão de alguns dias. A adoção de uma rotina saudável, com alimentação equilibrada, baixa em sódio, consumir bastante água, dormir bem e praticar exercícios ajuda a evitar o problema. Mas afinal, por que isso acontece?

Qual a relação entre nefrite e amigdalite?

Em geral, tudo começa com um quadro chamado de faringotonsilite estreptocócica, uma infecção bacteriana causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, que afeta a garganta e as amígdalas. Entre os médicos é comumente chamada de amigdalite estreptocócica.

Os sintomas incluem dor de garganta, febre, dor ao engolir, inchaço das amígdalas, nódulos linfáticos inchados no pescoço, erupção cutânea e dor de cabeça. É importante notar que nem todas as dores de garganta são causadas pela faringotonsilite estreptocócica, pois outras infecções virais também podem causar sintomas semelhantes.

O quadro é mais comum em crianças, entre os 5 e 13 anos, mas pode atingir adultos.

As complicações associadas à amigdalite estreptocócica podem incluir:

Febre reumática: é uma complicação inflamatória rara, mas grave, que pode afetar o coração, as articulações, a pele e o cérebro. A febre reumática pode causar danos permanentes às válvulas cardíacas.

Glomerulonefrite: é uma inflamação dos glomérulos renais, que são pequenos filtros nos rins. A glomerulonefrite pode levar a insuficiência renal. É isso que causa a nefrite.

Abscesso peritonsilar: é uma coleção de pus que se forma ao redor das amígdalas. Pode causar dor intensa, dificuldade para engolir, febre e mal-estar intenso.

Infecções secundárias: a doença pode predispor a infecções secundárias, como otite média (infecção do ouvido médio) e sinusite (infecção dos seios da face).

Sempre que qualquer um dos sintomas da amigdalite surgirem, é vital procurar atendimento médico com o otorrinolaringologista, para um diagnóstico preciso e o tratamento adequado, prevenindo complicações. O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos e medicamentos para aliviar os sintomas.

Já a glomerulonefrite não ocorre apenas em casos de amigdalite, já que a inflamação pode ser causada por uma infecção bacteriana ou viral, uma doença autoimune ou outras condições médicas.

Quando esses pequenos filtros, chamados de glomérulos, são danificados, eles não conseguem filtrar o sangue adequadamente, o que pode levar ao acúmulo de resíduos e líquidos no corpo. Isso pode levar a uma série de sintomas, incluindo inchaço nas pernas, tornozelos, pés e ao redor dos olhos, diminuição da produção de urina, fadiga, perda de apetite, náusea, vômito e pressão arterial elevada.

A glomerulonefrite pode ser aguda ou crônica. A inflamação geralmente se resolve em algumas semanas ou meses, e a maioria dos pacientes se recupera completamente. No entanto, em alguns casos, pode levar a lesões renais permanentes.

A melhor maneira de prevenir a nefrite é adotar um estilo de vida saudável, tratar adequadamente das infecções de garganta, evitar fumar, consumir álcool com moderação, reduzir o estresse e não tomar remédios sem orientação médica, já que muitos deles podem provocar danos ao rim que causam a longo prazo uma insuficiência renal crônica

Sempre procure seu médico para manter a saúde em dia, faça exames regularmente e nunca se automedique.