Saiba tudo sobre apneia do sono e como ela prejudica o seu organismo

Ronco, boca seca, sono leve e cansaço podem ser sinais de apneia do sono, um distúrbio que atinge muitas pessoas e pode desencadear uma série de doenças graves.


Dormir é essencial para a saúde. É durante o sono que nosso corpo se regenera, regula hormônios, limpa o organismo e cria novas conexões neurais. Ou seja, uma boa noite de sono auxilia na disposição, na produtividade, na atenção e na saúde. Mas existe uma condição muito comum que pode acabar com esses benefícios: a apneia do sono.


Também conhecida por apneia obstrutiva do sono (SAOS) nada mais é do uma parada respiratória temporária e que se repete muitas vezes. Ela é muito associada ao ronco, já que há um colamento das paredes da faringe durante o sono, o que causa engasgos e barulho quando a pessoa retoma a respiração.


No entanto, ela é diferente de um simples ronco. Para ser constatado o quadro de apneia, as interrupções na respiração devem se repetir, no mínimo, cinco vezes num período de 60 minutos. A partir de então ela pode ser classificada em níveis, de acordo com a gravidade: Leve até 15 eventos por hora. Moderado até 30 eventos por hora. Grave quando for acima de 30 eventos por hora.


Quando os episódios de apneia do sono se tornam muito frequentes há um impacto direto na qualidade do sono e na oxigenação do cérebro. Ou seja, a pessoa fica acordando o tempo todo, com um sono leve e não consegue descansar direito. Além disso, o corpo é incapaz de realizar todos os processos de regeneração, pois há falta de oxigênio e de relaxamento provocados no estágio de sono profundo.


Quando há uma interrupção na respiração, o nível de oxigênio no sangue cai e há um aumento da frequência cardíaca, o que dispara um alarme para cérebro que vai funcionar como um despertador, obrigando o corpo a acordar imediatamente. Agora, imagine o estrago que isso pode fazer ao organismo quando ocorre muitas e muitas vezes durante a noite?


Se não tratada, a apneia do sono pode levar a problemas de saúde, como aumento de risco cardiovascular, hipertensão, arritmia cardíaca, obesidade e insuficiência cardíaca, diabetes e problemas de memória e de concentração. Apesar de ser mais comum em homens a partir da meia idade, a doença pode acometer jovens e crianças.


O problema é tão grave que ocorre em 32,8% na população adulta do estado de São Paulo, aumentando a incidência de diversas doenças e trazendo riscos de acidentes ocupacionais e automobilísticos, hiper sonolência diurna, falhas no aprendizado, depressão e má qualidade de vida


Causas da apneia do sono


A apneia é classificada em três tipos.


O primeiro e mais comum é a apneia obstrutiva do sono, onde o paciente apresenta dificuldade de respirar devido a obstruções e bloqueios em suas vias aéreas, que podem ser causados por sua posição ao dormir ou por estreitamentos em sua anatomia. 


O segundo tipo é apneia central, onde as interrupções de respiração são causadas por mudanças no cérebro do paciente, que afetam o sistema nervoso central, responsável por controlar a respiração. Pode ocorrer em pacientes que tiveram AVCs ou tumores cerebrais, por exemplo, o que pode causar uma dificuldade de regular a respiração durante o sono.



Por fim, o terceiro tipo é a combinação entre apneia obstrutiva e apneia central.


Apesar de não ter uma causa isolada, alguns fatores contribuem para a apneia do sono, entre eles: obesidade, amídalas e adenoides aumentadas, desvio de septo, pólipos nasais, hipertrofia dos cornetos e problemas ortodônticos e formação da mandíbula.


Alguns hábitos também colaboram com o problema, como dormir de barriga pra cima, consumir bebidas alcóolicas, fumar, consumir cafeína em excesso e ter uma alimentação rica em carboidratos e açúcar. É indicada a prática de exercícios físicos regulares e uma dieta equilibrada, evitando a ingestão de alimentos pelo menos 2 horas antes de deitar.


Diagnóstico e tratamento da apneia do sono


O diagnóstico da apneia do sono é feito pelo médico baseado na história clínica, exame físico e testes de registro do sono. O principal exame é a polissonografia que é realizada através de eletrodos fixados na pele, com objetivo de detectar alterações no sono do paciente.


O tratamento é sempre multidisciplinar e varia de acordo com a gravidade do caso.  O primeiro passo consiste em uma mudança de hábitos do paciente, que pode precisar perder peso, reduzir a ingestão de álcool, parar de fumar, rever o uso de determinados medicamentos e checar se existe refluxo gastroesofágico ou obstrução nasal.


Dependendo do caso, o médico pneumologista pode indicar o uso de terapia CPAP, que consiste em uma máquina que é ligada durante à noite e ajuda a manter o paciente respirando enquanto ele dorme. É usada uma máscara que cobre o nariz e a boca e joga o ar para as vias respiratórias, ajudando a desobstruir a faringe. 


Quando a razão do problema é uma condição de anatomia. Pode ser indicada uma cirurgia, como de desvio de septo ou a de retirada das amídalas e adenoides. São cirurgias relativamente simples e rápidas e que podem devolver a qualidade do sono ao paciente.


Todos nós podemos apresentar algum episódio de apneia do sono. No entanto, quando você percebe que há queixas do parceiro de cama, acorda cansado, com dores de cabeça ou vive levantando durante a noite e tem sono agitado é hora de procurar um especialista. A apneia é um distúrbio sério que com o tratamento correto pode devolver a qualidade de vida e evitar muitas doenças.

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