Soluções e tratamentos para quem tem perda auditiva

Tipos de soluções e tratamentos para quem tem perda auditiva

De acordo com um estudo de 2019, do Instituto Locomotiva e da Semana de Acessibilidade Surda, existem 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil. No entanto, nenhuma delas necessita conviver com isso para o resto da vida. Atualmente, existem soluções e tratamentos para a perda auditiva. 

Mesmo sendo uma questão que afeta milhões de brasileiros, muitas pessoas não têm conhecimento sobre a perda de audição e quais tratamentos podem ser feitos para ajudar. Devido à falta de informação, aqueles que sofrem com esse problema podem ter as atividades do cotidiano prejudicadas.

Neste artigo, entenda melhor sobre os graus, tipos e soluções para perda auditiva. Boa leitura!

O que é a perda auditiva?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, 466 milhões de pessoas sofrem de perda auditiva com marcas de invalidez. Além disso, 34 milhões desse total são crianças.

 

Ainda de acordo com um alerta da OMS, feito em março de 2020, este quadro pode piorar até 2050, quando mais de 900 milhões de pessoas deverão registrar perda de audição nesse mesmo grau.

 

O que é a audição?

A audição tem início com uma fonte de som, que emite uma onda mecânica, que chega à nossa orelha. Este estímulo é levado à membrana timpânica, que amplia o som e o transmite aos ossículos do ouvido, que são o martelo, a bigorna e o estribo.

Eles vibram, estimulando a cóclea (órgão em formato caracol que pega o som e o transforma em impulso elétrico). Através do nervo auditivo, finalmente, ela estimula a área cerebral responsável pela audição. Por isso, qualquer alteração, mesmo que mínima, nesse ciclo, pode causar perda auditiva. 

A perda auditiva é a redução da capacidade de ouvir. Assim, alguns sons não são escutados. Além disso, quando há muitos barulhos no ambiente, o indivíduo pode encontrar dificuldade ao se concentrar em algum ruído específico, como uma conversa. 

Perda de audição: sinais

 

Todos os graus de perda de audição apresentam sintomas: 

– Dificuldade para ouvir as pessoas ao redor; – Dificuldade em entender palavras quando tem ruídos ao fundo; – Ter que olhar para a pessoa, a fim de compreender o que a mesma está falando; – Necessidade de aumentar o volume de aparelhos tecnológicos; – Pedir para as pessoas repetirem o que falaram, ou então conversar mais alto.  

Perda auditiva: graus

Existem diferentes níveis de classificação da gravidade da perda auditiva, de leve a profundo. Antes, vale uma informação: na audição normal, o ser humano escuta abaixo de 20 dB (dB – medida da intensidade do som), não encontra problemas para ouvir sons em lugares silenciosos e, em locais  barulhentos, também não tem dificuldade, ou apresenta um problema mínimo em escutar sons.

Perda auditiva leve

Neste primeiro estágio, pode-se ouvir a intensidade da voz, normal. No entanto, é difícil escutar sons baixos ou se comunicar em locais barulhentos. O paciente com esse grau de perda de audição só consegue ouvir sons de intensidade acima de 20 dB.

Aqui, em um ambiente silencioso, a pessoa não tem dificuldade ao ouvir a fala de alguém. Por outro lado, em lugares barulhentos, pode ser difícil escutar a fala. Apesar disso, o paciente continua identificando os demais ruídos de sua rotina. No caso de crianças, estudos comprovam que a perda auditiva mínima exige maior esforço auditivo e pode afetar o desempenho escolar, além de atrasar o desenvolvimento de fala e linguagem. 

Perda auditiva moderada

Esta perda de audição já começa afetar o cotidiano do indivíduo. As pessoas podem ter maior dificuldade de ouvir o tom normal da fala em uma conversa, ainda que em um ambiente quieto. O paciente ouve sons a partir de 35 dB. Em lugares com muito ruído, ocorre dificuldade em ouvir e, até, de participar de uma conversa.

Isso se mostra ainda mais evidente em conversas de grupo (diversas pessoas com diferentes tons de voz, juntas). Somado a isso, a pessoa pode compreender melhor o que está sendo dito se ele estiver de frente para o emissor.

Nesse caso, ruídos mais intensos, como o barulho emitido pelo aspirador de pó e pelo telefone ainda são escutados. Por conta disso, a pessoa tem maior dificuldade na execução de afazeres do dia a dia, inclusive, em manter diálogos. Diante disso, o paciente se beneficia muito com o uso de aparelhos auditivos.

Perda auditiva moderada severa

Neste grau de perda, o paciente só é capaz de escutar sons de intensidade a partir de 50 dB. Há, em locais silenciosos, dificuldade em ouvir a fala das pessoas. Em contrapartida, é possível escutar vozes elevadas sem problemas. Em ambientes com muito ruído, o paciente encontra dificuldade em ouvir a maior parte da fala de alguém e em participar de uma conversa.

 

Perda auditiva severa

Aqueles que apresentam esse grau de deficiência auditiva escutam apenas sons a partir de 65 dB. Quem tem perda auditiva severa não ouve, mesmo em lugares silenciosos, a maioria das falas dos participantes de um diálogo. Contudo, é possível ouvir, sem dificuldade, vozes em um tom mais elevado, como pessoas falando mais alto que o habitual ou gritando, bem como sirenes de ambulância na rua. 

Quando há muito barulho no local (shoppings centers ou bares, por exemplo), a situação piora: há extrema dificuldade em compreender a fala das pessoas, bem como participar de conversas. O paciente não ouve sons, como a fala humana e o toque do telefone, a não ser que essas fontes de emissão sonora estejam bem próximas ao ouvido.

O não uso de aparelhos auditivos pode impactar, de forma direta, na qualidade de vida diária do indivíduo. E, mesmo fazendo o uso deste recurso, dependem, não raro, de leitura labial para compreender o que o outro está dizendo. 

Perda auditiva profunda

Esse é o grau que mais compromete a qualidade de vida de alguém com perda auditiva. A maioria dos sons que cercam o indivíduo não pode ser detectada, mesmo os muito altos, como o de um avião. Só é possível ouvir sons extremamente altos e vibrações.

Alguém com perda auditiva profunda encontra extrema dificuldade em ouvir, até mesmo, vozes mais elevadas, mesmo que esteja em um lugar silencioso. A experiência de audição em ambientes barulhentos torna-se mais difícil: a pessoa com tal perda não ouve a fala em seu tom normal.

Por conta disso, a comunicação e a convivência social precisam do apoio de gestos e leitura labial. Neste caso, um aparelho auditivo potente pode não resolver um problema. Às vezes, é  necessário recorrer a uma cirurgia de implante coclear. 

Perda auditiva total

No último grau de perda de audição, o paciente só escuta de 95 dB para cima. Sendo assim, independentemente de estar em um local silencioso ou barulhento, não consegue ouvir a maioria dos sons ambientes. 

 

Perda auditiva unilateral

Neste caso, o paciente tem a capacidade de audição diferente em cada ouvido.Um dos lados apresenta audição de grau normal e o outro lado com perda auditiva de qualquer grau. 

 

Em um local barulhento, pode haver dificuldade em ouvir a fala das pessoas e participar de uma conversa, dependendo do grau da perda auditiva. 

 

Aqui, é difícil para a pessoa identificar a direção do som. Com isso, até mesmo atravessar uma avenida movimentada pode ser um desafio perigoso para quem sofre de perda auditiva unilateral. 

 

Tipos de perda auditiva

Existem quatro principais tipos de perda auditiva. Veja:

 

Perda auditiva condutiva

Caracterizada quando o ouvido externo ou médio não conseguem conduzir o som de maneira adequada. Isto é: há alteração na condução do estímulo sonoro. Ela pode acontecer por um bloqueio motivado por acúmulo de cera, perfuração do tímpano, objeto ou inseto presos no canal auditivo.

 

Se a perda auditiva condutiva for temporária, há as seguintes formas de tratar: retirar o tampão de cera, usar antibióticos, realizar uma cirurgia para corrigir a perfuração ou retirar insetos/objetos do ouvido.

 

No entanto, essa perda pode ser causada por problemas nos ossículos do ouvido. Caso seja este o quadro, o tratamento pode se dar por: aparelhos auditivos tradicionais ou por condução óssea, cirurgia para adaptação de aparelhos ósseos ou substituição dos ossículos do ouvido.

 

Um bom profissional vai saber detectar qual é o seu caso e as alternativas cabíveis, não se preocupe.

 

Perda auditiva neurossensorial

Diferente do tipo anterior, a perda auditiva neurossensorial acontece no ouvido interno. Há um problema ou ausência das células (ciliadas da cóclea), que detecta o som e produzem os sinais elétricos necessários ao cérebro, para que ele interprete o som. É comum que isso aconteça com o envelhecimento da pessoa.

 

Quando todas essas células (ou apenas parte delas) não existem, configura uma deficiência auditiva. Contudo, se apenas algumas células estão ausentes ou danificadas, há uma perda de grau leve a moderada.

 

Mostra-se importante enfatizar que a perda auditiva neurossensorial pode ser irreversível. Esse fato se dá, pois, quando danificadas, não é possível recuperar as estruturas do ouvido interno. Ainda assim, existem muitas soluções disponíveis para auxiliar quem tem perda auditiva, dentre elas, aparelhos auditivos, que amplificam as ondas sonoras e auxiliam a pessoa que sofre desta perda.

 

Perda auditiva mista

É a combinação dos outros dois tipos: condutiva e neurossensorial. Sendo assim, é consequência tanto de problemas no ouvido interno quanto no externo.

 

Perda auditiva neural ou retrococlear

É resultante do nervo auditivo danificado ou ausente. Nesse caso, os aparelhos auditivos ou implantes cocleares não são úteis, uma vez que o nervo é incapaz de transportar as informações sonoras para o cérebro. Um implante auditivo de tronco cerebral (ABI) pode servir como solução.

 

Causas da perda auditiva

Os motivos para a perda auditiva podem estar relacionados a fatores externos ou internos. Mas, na maioria dos casos, esse dano ocorre por causas naturais, como o envelhecimento. Conforme a pessoa vai ficando mais velha, o sistema auditivo passa a se deteriorar por conta do desgaste natural do funcionamento do corpo. 

Exposição ao barulho

Outro fator é a longa exposição a barulhos fortes. Apesar de existirem proteções auriculares que ajudam na prevenção desse tipo de problema, por falta de informação ou de recursos, muitos acabam não utilizando e sofrendo danos a longo prazo.

A exposição prolongada a sons altos é capaz de causar danos permanentes, tanto nas células ciliadas como em outras regiões da cóclea. 

Remédios

O uso de alguns medicamentos também pode provocar perda auditiva, configurando um quadro de ototoxicidade (perda auditiva por lesões no ouvido interno). São exemplos: antibióticos como gentamicina e estreptomicina, antimaláricos de quinolina e diuréticos de alça, como a aspirina.

Os danos provocados por remédios acontecem, muitas vezes, nas células ciliadas da cóclea (órgão caracol). Assim, pode resultar em perda auditiva neurossensorial, que tende a ser permanente. É relevante observar que a gravidade da perda pelo uso de medicamento depende da dose e de fatores do perfil da pessoa, como idade, gênero, dieta, etc.

Doenças

Além disso, é possível que a perda auditiva seja decorrência de doenças no ouvido que não são bem tratadas ou então quando há uma demora no início do tratamento. Há, também, a possibilidade de isso ocorrer por conta de algum trauma externo que danifique o sistema auditivo ou o tímpano.

Doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, obesidade e depressão também podem ser associadas à perda de audição. Se você sofre de alguma delas, é mais um motivo para fazer acompanhamento médico com um especialista, que irá determinar o diagnóstico e o tratamento adequados à sua perda de audição.

Soluções para perda de audição

Na maioria dos casos, não existe uma cura para a perda auditiva, visto que, como falamos ao longo deste post, elas se apresentam por diferentes graus e tipos. Por exemplo, a perda auditiva por infecção melhora após tratamento. Contudo, mesmo nos casos incuráveis, é possível minimizar os efeitos e a pessoa pode levar uma vida normal.

Aparelho auditivo

Um recurso muito utilizado em perdas auditivas leves e moderadas é o aparelho auditivo. São dispositivos eletrônicos, chamados de AASI (Aparelho de Amplificação Sonoro Individual), que amplificam o som e permitem que o indivíduo ouça os barulhos mais baixos, que às vezes não se destacam na multidão. Permite uma melhor qualidade de vida dentro daquele quadro de perda de audição. 

Casos severos ou profundos podem não ter benefício com o uso desses aparelhos. É necessário, muitas vezes, implantes cirúrgicos. Fatores como as condições anatômicas do ouvido (presença/ausência de infecções) e a qualidade de vida da pessoa impactam na escolha.

Cirurgia

Em alguns casos, é possível a realização de uma cirurgia para a pessoa recuperar a audição. Atualmente, existem várias. A mais comum é a que ocorre por meio do canal auditivo para reparar o tímpano. 

O Otologista e Neurotologista pela USP, Dr. Fernando Balsalobre (CRM 150700), analisa que, “para perdas auditivas severas a profundas, que não tenham bom desempenho com AASI, a cirurgia de implante coclear poderá ser uma opção”. Ele lembra, ainda, de perdas auditivas unilaterais profundas ou condutivas, que não conseguem adaptar-se bem ao aparelho de audição. Nesse sentido, para o Dr. Balsalobre, “uma das opções são as próteses auditivas de ancoramento ósseo (PAAO)”. Segundo ele, para doenças que levam a “artrose” dos ossículos do ouvido, como é o caso da otosclerose, a cirurgia de estapedotomia é uma das opções de tratamento..

Cada cenário exige uma solução diferente. Não é possível dizer, sem que o médico especialista analise o paciente, qual o tratamento é o melhor caminho. “Cabe ao otorrino identificar a provável causa de perda e através de exames complementares classificar o tipo de perda e, então, propor o melhor tratamento para aquele indivíduo. Ou seja, é fundamental a avaliação criteriosa e individual para se propor o tratamento adequado”, conclui o Dr. Fernando Balsalobre, que atualmente faz parte do corpo clínico da Imong.

Clínica Imong

Todo o processo de identificação de perda auditiva e escolha de solução para esse problema, deve ser supervisionado por um profissional da área, um otorrino. Isso é essencial para que o paciente entenda sua condição e seja orientado a buscar os melhores métodos para tratá-la. 

A Clínica Imong conta com diversos profissionais qualificados, para atendimento em otorrinolaringologia e fonoaudiologia, que podem lhe auxiliar no tratamento de perda auditiva e de diversos problemas que também fazem parte do quadro da audição.  Você pode se consultar com um otorrinolaringologista e avaliar a sua audição com um fonoaudiólogo no mesmo dia. Tudo isso, visando proporcionar um melhor atendimento a você.

Além das consultas, a Imong oferece a realização de exames, procedimentos e cirurgias, conseguindo adaptar-se a todas as necessidades do paciente. A clínica fica localizada no bairro Higienópolis, em São Paulo e aceita diversos convênios, além de consultas particulares.

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