Surto de sinusite? Conheça mais sobre a doença e como se prevenir

Apesar de não apresentar consequências graves, o surto de sinusite é uma condição incômoda que pode ser evitada e pode trazer complicações se não for tratada.

sinusite

Os dias frios trouxeram consigo mais do que baixas temperaturas e chuva. A sinusite tem aparecido como uma vilã na cidade de São Paulo nos últimos dias. Dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostram um aumento alarmante nos casos de sinusite em 2023, com um crescimento de mais de 90% nos atendimentos ambulatoriais e internações em comparação com o ano anterior. Mas qual o motivo por trás do aumento de casos de sinusite? Neste artigo vamos abordar a questão e falar sobre a prevenção e o tratamento dessa doença que cresce no inverno.

O que é Sinusite e como ela ocorre?

A sinusite é uma condição médica que envolve a inflamação das mucosas dos seios da face, que são as cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos. Essa inflamação geralmente ocorre devido a infecções virais ou bacterianas e, em alguns casos, pode se tornar crônica. Os principais sintomas da sinusite incluem dor na face, dor de cabeça e secreção nasal.

O aumento recente de casos de sinusite pode estar ligado com as variações de temperatura. Na cidade de São Paulo, os termômetros chegam a variar mais de 10 graus em um mesmo dia. Essa mudança brusca, que alterna calor e frio, pode ser uma das causas por trás da sinusite.

O que ocorre é que, com as variações climáticas, a amplitude térmica afeta o sistema respiratório, incluindo o aumento na produção de muco. Além disso, a falta de chuvas colabora para a baixa umidade do ar, o que também piora o quadro, levando a um ressecamento das secreções e consequentemente maior acúmulo de muco. Isso pode acabar desencadeando um quadro de sinusite.

É importante salientar que a sinusite não é uma doença contagiosa, mas sim uma consequência de outros quadros respiratórios. No inverno há um número maior de casos de rinites, gripes e resfriados. Essas doenças são responsáveis por atacar o sistema respiratório e causar o acúmulo de muco que causa a doença. Desse modo, a sinusite é uma condição que se desenvolve em resposta a infecções ou outros fatores.

Quais os tipos de Sinusite?

Existem dois tipos principais de sinusite: viral e bacteriana.

Sinusite Viral: Inicialmente, em geral quadros de sinusite tem origem viral. Os sintomas incluem nariz entupido, secreção nasal clara, sensação de cabeça pesada e dor facial. O tratamento geralmente consiste na lavagem nasal com soro fisiológico, descongestionantes e analgésicos para alívio dos sintomas.

Sinusite Bacteriana:
Quando os sintomas persistem por mais de dez dias e a secreção nasal apresenta aspecto de pus e, em alguns casos, odor forte, a sinusite é tratada como bacteriana. Nesses casos, é comum a prescrição de antibióticos. No entanto, é essencial que os antibióticos sejam usados com responsabilidade e sob orientação médica, para evitar o desenvolvimento de resistência bacteriana.

Na maioria dos casos, o paciente trata os sintomas, sendo que o quadro tende a estar totalmente estabilizado no prazo de 7 a 10 dias do início da inflamação. Seguindo as orientações médicas, as próprias defesas do organismo acabam por expelir a secreção e normalizar o sistema respiratório. Em alguns casos o paciente pode desenvolver a chamada sinusite de repetição, caracterizada por quadros repetitivos de sinusite em um curto período de tempo.

Um quadro de sinusite crônica é caracterizado pela persistência dos sintomas por um período prolongado, geralmente igual ou superior a 12 semanas. Ao contrário da sinusite aguda, que é uma infecção temporária dos seios da face, a sinusite crônica é uma condição de longa duração que envolve inflamação dos seios da face por um período estendido, gerando profundo desconforto no paciente.

A sinusite crônica pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo infecções recorrentes, alergias, pólipos nasais (crescimentos anormais na mucosa nasal) e exposição a irritantes ambientais.

Os sintomas da sinusite podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem dor facial, principalmente na testa, maçãs do rosto e ao redor dos olhos, congestão nasal ou nariz entupido, secreção nasal amarelada ou esverdeada e dores de cabeça. Em alguns casos ocorre perda de olfato, tosse e dor de garganta.

O diagnóstico adequado da sinusite é feito por um otorrinolaringologista, que realiza um exame clínico e verifica o histórico do paciente. No caso de apresentar um ou mais desses sintomas, é importante buscar atendimento médico.

Riscos da Sinusite

A sinusite aguda, muitas vezes, é causada inicialmente por uma infecção viral. No entanto, se a infecção persistir e se tornar bacteriana, ela pode se agravar e se espalhar para áreas próximas, como os olhos, o cérebro ou as órbitas oculares. Isso pode resultar em infecções graves. Em casos extremamente raros, uma infecção sinusal não tratada pode se espalhar para o cérebro, levando à meningite, uma infecção grave das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal.

A falta de tratamento adequado ainda pode levar ao desenvolvimento de sinusite crônica, que pode ser mais difícil de tratar e requer cuidados a longo prazo. Pacientes com outras condições respiratórias importantes como bronquite e asma podem ter um quadro agravado caso o tratamento não seja adequado. Para evitar essas complicações, é essencial que os pacientes sigam o recomendado por um profissional de saúde e façam acompanhamento com um otorrinolaringologista.

Prevenção da sinusite

Para prevenir a sinusite e suas complicações, aqui estão algumas medidas que podem ser adotadas: Lavagem Nasal: A lavagem nasal com soro fisiológico pode ajudar a manter as vias aéreas superiores limpas e reduzir o acúmulo de muco.

Ingestão de Água: Beber água ajuda a fluidificar as secreções, facilitando sua eliminação. Higiene das Mãos: Lavar as mãos regularmente ajuda a prevenir a propagação de vírus e bactérias, especialmente durante o inverno.

Uso de Máscara: Em casos de sintomas respiratórios, permanência em locais fechados ou em contato com pessoas com esses sintomas, o uso de máscara pode ajudar a reduzir o risco de infecção.

Qualidade do ar: Manter os ambientes arejados, limpos e livres de poeira ajudam a manter a saúde do sistema respiratório e evitar a propagação de doenças.

Mesmo com o aumento nos casos de sinusite durante o inverno, vale lembrar que essa doença pode ser evitada e não costuma ter consequências graves. Com a variação de temperatura e o ressecamento das secreções nas vias respiratórias é esperado um aumento no número de casos de sinusite, mas ela não é uma doença transmissível, mas sim uma resposta do organismo a infecções virais ou bacterianas. O diagnóstico adequado e o tratamento responsável são essenciais para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes em todas as épocas do ano.
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