O que são tubos de ventilação auditivos e quando são indicados?

Os tubos de ventilação são um importante recurso para combater problemas relacionados com otites de repetição e melhorar a qualidade de vida de adultos e crianças

Sensação de ouvido tampado, dor, zumbido, falta de equilíbrio e até perda de audição. Essas são algumas dascomplicações causadas por quadros de otite média serosa ou otites de repetição. Na primeira, há um acúmulo de secreção no ouvido, atrás da parede do tímpano. Já a segunda, é bastante comum em crianças e adultos que apresentam infecções e dores de ouvido constantes. Para ambos os casos, os tubos de ventilação auditivos podem ser a solução.

Conhecidos também por carretel, esses dispositivos podem ser feitos de diversos materiais. São minúsculos cilindros colocados através do tímpano (membrana timpânica) para permitir que o ar entre no ouvido médio. Como o próprio nome diz, servem para manter a orelha média permanentemente arejada, evitando o acúmulo de secreções.Eles também ajudam a equalizar a pressão da orelha média, evitando as retrações timpânicas.

Tubos de ventilação auditivos podem ser de curta ou longa duração. Os primeiros são menores e normalmente vão permanecer no local durante seis meses a um ano, antes de cair por conta própria. Já no segundo caso os tubos de ventilação são maiores e têm bordas que os prendem no lugar por mais tempo, podendo permanecer fixos por anos. No caso de tubos de longa duração, em geral, é necessário que o médico otorrinolaringologista faça a remoção.

Qual a indicação dos tubos de ventilação?

Otites são bastante comuns em crianças. E também podem atingir adolescentes e adultos. Em quadros em que há episódios frequentes de infecção ou que geram acúmulo de secreção no ouvido pode ser necessário o uso de tubos de ventilação para evitar maiores problemas e até casos de perda auditiva.

Entre as principais complicações causadas pelas otites de repetição e serosas podem estar atrasos na fala, dificuldade de equilíbrio, dores de cabeça, irritabilidade, distúrbios do sono e sinusite. Em geral, são quadros infecciosos que não respondem com o uso de medicamentos. Uma das vantagens dos tubos de ventilação é que eles facilitam a aplicação de medicações intratimpânicas, como nos casos de tratamento da Síndrome de Ménière.

Existem outras situações, bem menos comuns, que podem necessitar  da colocação de tubos de ouvido, entre elas: malformação do tímpano ou trompa de Eustáquio, Síndrome de Down e fenda palatina. Há casos raros do que chamamos de barotrauma, que é uma lesão do ouvido médio causada por uma redução brusca da pressão do ar, como em casos de mergulho ou voos de asa delta, por exemplo.  Por isso, pessoas que apresentam dor com frequência em viagens de avião podem se beneficiar dos tubos de ventilação.

Como é a cirurgia para a colocação dos tubos?

O procedimento é relativamente simples e oferece pouco risco. Após diagnóstico do médico otorrinolaringologista, os tubos de ventilação são inseridos por meio de um procedimento cirúrgico chamado de timpanostomia.

A colocação dos tubos de ventilação auditivos é feita em poucos minutos, com anestesia geral, em ambiente hospitalar. Usando um videoendoscópio ou microscópio é realizada uma incisão (pequeno furo) no tímpano ou membrana timpânica, onde será fixado o tubo. Então, é realizada a drenagem do fluido atrás do tímpano, por meio de aspiração.  Por fim, o carretel é posicionado no local. 

A recuperação da timpanostomia costuma ser rápida. Os efeitos da anestesia podem levar cerca de 3 horas para passar e o paciente é liberado no mesmo dia para casa. Os pacientes geralmente apresentam pouca ou nenhuma dor no pós-operatório e relatam uma grande sensação de alívio logo após o procedimento. 

O médico otorrino irá indicar o tratamento com remédios para evitar infecções e é importante evitar a entrada de água nos ouvidos, o que pode causar infecções. Após o período de cicatrização, é realizado um exame de audiometria para verificar a audição.  Durante o tratamento com os tubos de ventilação é essencial o acompanhamento constante do médico otorrinolaringologista.

Em alguns casos, principalmente em crianças, o médico pode recomendar realizar a retirada das amígdalas e/ou adenoides durante o procedimento, visando evitar quadros futuros de otites. Se um tubo de ouvido é expulso do tímpano muito cedo (o que é imprevisível), o fluido pode retornar e pode ser necessário repetir o procedimento.

Se você ou seu filho apresentam qualquer um dos sintomas descritos no texto, procure por um especialista. Os tubos de ventilação auditivos são uma alternativa simples e indolor que pode evitar sérios problemas de audição.