O que é e para que serve o exame otoneurológico completo?

O otoneurológico completo é um procedimento indolor e relativamente simples pode identificar diversas alterações do labirinto, ajudando a tratar tonturas, vertigens, náuseas e dores de cabeça.

otoneuro completo



Com certeza você já ouviu falar em labirintite, certo? Pois, apesar do nome complicado, o exame otoneurológico completo é usado justamente para diagnosticar tonturas, vertigem, desequilíbrio e zumbido.



Labirintite, na verdade, é o nome popular dado a uma série de doenças que afetam o labirinto, órgão do corpo responsável por nosso equilíbrio. Essa região do ouvido interno é uma estrutura ligada à noção de espaço, audição e percepção da posição do nosso corpo. Ou seja, toda a vez que nos movimentamos, estamos usando o labirinto como ponto central de equilíbrio. Nosso movimento depende do bom funcionamento e interação entre labirinto, sistema nervoso proprioceptivo (a sensação que temos do nosso próprio corpo) e visão.

Em geral, quando há algum problema com o labirinto sentimos tontura, sensação de tudo rodando e de ouvido tampado. Em alguns casos, isso pode ou não vir acompanhado de náuseas, dores de cabeça, zumbido e redução de audição. Apesar do nome popular sugerir que se trata de uma inflamação (o sufixo –ite sugere isso) nem sempre o problema está relacionado com algum tipo de inflamação. Nem toda tontura é labirintite!


Existe uma infinidade de causas possíveis que podem desencadear uma crise de tontura. Estresse, tumores, doenças metabólicas e cardiovasculares, uso de medicações e infecções são algumas das possibilidades. Hábitos alimentares, alterações da pressão (como mergulhos e aviões), traumas, tabagismo e alcoolismo também podem afetar o labirinto.


Por isso, ao menor sinal de tontura constante, deve-se buscar ajuda médica. O otorrinolaringologista irá fazer uma avaliação clínica e pedir uma série de exames para diagnosticar a condição e identificar a causa das crises de tontura. Há casos em que as crises são tão frequentes ou demoradas que podem levar o paciente a um quadro incapacitante. A pessoa não consegue realizar as tarefas do dia a dia e pode sofrer quedas e acidentes graves.

Após analisar os exames, o médico poderá prescrever um tratamento eficaz contra a labirintite ou outros tipos de tontura.


Entendendo o exame otoneurológico completo



A Otoneurologia é uma especialidade que estuda o equilíbrio corporal, os transtornos da audição e suas ligações com o sistema nervoso, através do aparelho cócleo-vestibular.

A cóclea é uma parte do ouvido responsável por captar os estímulos sonoros e enviá-los ao cérebro, enquanto o sistema vestibular é responsável pelo equilíbrio corporal. Este último é composto por vários elementos sensoriais e se relaciona diretamente com outros sistemas do organismo, como a visão e o tato. <

O exame otoneurológico completo vai auxiliar a detectar qual o tipo de problema com o labirinto e indicar ao médico qual a melhor conduta para resolver o problema. Ele é indolor e é realizado por fonoaudiólogo especializado em otoneurologia. Para realizar esse exame o paciente deve seguir um preparo simples, que inclui não usar maquiagem ou hidrantes faciais, comunicar ao profissional caso esteja fazendo uso de medicações (alguns devem ser suspensos, outros não) e ainda evitar consumo de café no dia do exame.

A intenção é avaliar a função do labirinto com diversos estímulos e movimentos de olhos, cabeça e corpo.  São fixados eletrodos que são colocados na região dos olhos e da testa, ou óculos com câmeras infravermelhas, no caso da videonistagmografia, que registram as respostas dos testes realizados.

Os eletrodos irão registrar os movimentos dos olhos do paciente ao realizar determinadas tarefas, como girar a cabeça ou olhar fixamente para um pêndulo. Por fim, é realizada a prova calórica, onde o ouvido do paciente é estimulado com um fluxo de ar quente e frio que permite avaliar a função do labirinto.

Todas as etapas duram, em média, uma hora. A única etapa que pode gerar ligeiro desconforto é a prova calórica, já que há uma grande estimulação do labirinto. Por isso, o exame otoneurológico deve sempre ser realizado com acompanhante e não é recomendado agendar outros compromissos após sua realização.

Todas as informações captadas durante o exame, são registradas em um computador, que compilou os dados a serem analisados pelo fonoaudiólogo. Ele irá realizar um laudo que, em conjunto com outros exames, irá guiar a conduta do otorrinolaringologista na solução do problema.

O médico poderá ainda solicitar outros exames, como audiometria, tomografia, ressonância e exames laboratoriais para fechar o diagnóstico. O exame de audiometria tonal e vocal deve ser realizado, sempre que possível, no mesmo dia do exame de otoneuro.

É importante lembrar que as doenças do labirinto podem afetar tanto adultos quanto crianças e que precisam ser tratadas, uma vez que as crises tendem a aumentar de intensidade e frequência. Nos idosos o maior risco é a queda por conta da falta de equilíbrio. Já nas crianças, a doença ocorre principalmente quando sofrem dor de cabeça ou os pais têm histórico de dor de cabeça. Uma queixa comum também entre as crianças é o desconforto ao andar de carro, o que chamamos de cinetose, e também pode ser avaliada e tratada por profissionais otoneurologistas.

Quem sofre com alterações do labirinto e não busca ajuda, vive pior e, muitas vezes, fica refém de medicamentos por muito tempo. O uso de remédios por longo período pode atrapalhar a melhora dos sintomas e ainda causar outras doenças. Em geral a reabilitação do labirinto (reabilitação vestibular) costuma ajudar, com exercícios direcionados, aos poucos o paciente sente melhora expressiva dos sintomas e recobra a qualidade de vida.

Com os cuidados certos, é possível evitar os impactos negativos da tontura e que ela prejudique a audição e a saúde do paciente. Na dúvida, consulte um especialista e realize sua avaliação audiológica e um exame otoneurológico.
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