Triagem auditiva escolar: um passo importante na preparação para a volta às aulas!

Testes simples e indolores são capazes de detectar problemas auditivos nas crianças, possibilitando um melhor tratamento e desempenho escolar.



Chegou a hora de voltar às aulas. Esse momento tão importante para as crianças pode se tornar um tanto quanto desgastante para algumas delas, especialmente aquelas que possuem algum problema auditivo não diagnosticado. É na escola que as crianças sentem os piores efeitos da deficiência auditiva. Há muitos casos de crianças com atrasos na linguagem, dificuldades de aprendizado e problemas de socialização no ambiente escolar. Muitas vezes o problema pode estar relacionado com a audição. Daí a importância de realizar um procedimento simples, mas fundamental, para a saúde auditiva dos pequenos: A triagem auditiva escolar.


A Avaliação Auditiva na idade Escolar visa prevenir ou detectar alterações auditivas em crianças na faixa de 1 a 12 anos. Ela tem o objetivo de diagnosticar a perda auditiva e encaminhar para serviços especializados caso encontre alguma alteração. A finalidade é detectar precocemente possíveis comprometimentos auditivos em crianças em idade pré-escolar e escolar. A detecção precoce da perda auditiva auxilia na prevenção de dificuldades de fala e aprendizagem, que interferem na qualidade de vida das crianças. Um estudo feito com crianças do primeiro ano do ensino fundamental com um grupo de 391 alunos verificou que 14,6% demostraram alguma alteração na triagem auditiva escolar. Como nem toda perda auditiva é facilmente percebida apenas com a observação do comportamento da criança, como é o caso das perdas auditivas unilaterais ou de grau leve, os exames aprofundados são essenciais para garantir o diagnóstico. 


Sem exames auditivos de rotina obrigatórios nas escolas, os alunos com perda auditiva unilateral, menos grave ou de início tardio podem não ser identificados. Não é incomum que crianças que apresentam algum atraso de fala ou dificuldade escolar sejam logo rotuladas como preguiçosas, hiperativas ou com problemas de déficit de atenção. 

Por isso, os pais devem ficar alertas quando seus filhos demoram um pouco para pronunciar sua primeira palavra, e até mesmo para formar frases. Assim como professores devem ficar atentos aos sinais que a criança emite para diferenciar uma dificuldade rotineira de aprendizado de um problema auditivo, por exemplo.



Sinais de alerta


A fala e a linguagem recebem influências sociais, e por esta razão devemos considerar os aspectos biológicos, psicológicos, sociais, ambientais e culturais do indivíduo ao avaliarmos a sua comunicação e a sua linguagem. Deve-se considerar o meio onde a criança está inserida para que possam ser medidas suas habilidades e inabilidades. As crianças são muito diferentes umas das outras, não há regras ou certo ou errado.


No entanto, a criança que não fala nada aos dois anos, por exemplo, está mostrando uma diferença no desenvolvimento normal da comunicação humana e deve ser observada por especialistas. Existem inúmeros sinais que podem sugerir que a criança não esteja escutando adequadamente, entre eles: demorar a falar, trocar letras na fala, usar tevê e aparelhos eletrônicos em volume muito alto, falar alto demais, trocar sons e fonemas ao falar e ficar constantemente perguntando “o quê?“, “Hã?”.  

A fase pré-escolar (2-4 anos) é de extrema importância para a aquisição da linguagem e da neuroplasticidade, ou seja, a formação das vias de conexão do ouvido com o cérebro. Dessa forma, a perda de audição nessa faixa etária pode acarretar diversos danos ao desenvolvimento infantil. Crianças que ouvem mal costumam se isolar, evitam participar de brincadeiras, ficam irritadiças e tem dificuldades de aprender. Tudo isso pode ser minimizado se for realizada uma correta triagem auditiva escolar.



Como é feita a avaliação auditiva na idade escolar?


Os quatro procedimentos básicos que compõem a triagem auditiva escolar são: Meatoscopia, Timpanometria, Audiometria Vocal e Audiometria Tonal. Todos são exames simples, não invasivos e fáceis de serem aplicados. 


O mais recomendado é realizar a avaliação auditiva em um consultório com fonoaudiólogo e médico otorrino, como na Clínica Imong. Isso porque muitas crianças apresentam excesso de cerume, o que pode interferir nos resultados do exame. Se for este o caso, durante a consulta o médico otorrino já faz essa avaliação. Se os resultados que estiverem fora do padrão de normalidade forem confirmados, deve ser realizada a intervenção adequada, que pode ser reabilitação auditiva ou até o uso de aparelhos auditivos.


Infelizmente, o Brasil ainda não possui uma política de obrigatoriedade da triagem auditiva nas escolas, mas o procedimento já é adotado em outros países como China e Austrália. As crianças com perda auditiva não identificada e reabilitada adequedamente pode desenvolver transtorno do processamento auditivo, o que vai causar impactos ainda maiores no rendimento escolar.


Quanto mais cedo você souber o que está acontecendo com seu filho, mais cedo poderá obter ajuda para ele. Converse com os professores e procure o médico otorrinolaringologista se tiver qualquer dúvida sobre o aprendizado de seu filho.

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