Presbiacusia: Quais as consequências da perda auditiva causada pela idade?

O envelhecimento, quase sempre, causa perda gradual da audição, o que gera uma série de sintomas graves. Saiba como identificar e tratar a presbiacusia.

presbiacusia


A perda auditiva é uma situação delicada e que exige cuidado. E, apesar do que muita gente pensa, ela quase sempre ocorre de forma gradual. O principal fator que leva a isso está ligado ao envelhecimento, que lentamente pode causar dificuldade para ouvir o que traz uma série de outros problemas. A esse processo, damos o nome de presbiacusia.


Mas vamos entender um pouco melhor como isso acontece?


O nosso cérebro é o grande responsável pela nossa capacidade auditiva. Muita gente pensa que esse papel é do ouvido, mas na verdade, sem o correto processamento auditivo central e apesar da sua extrema importância no processo, ele pode fazer muito pouco sozinho.


Dentro de cada orelha temos uma estrutura chamada cóclea. As células da cóclea transformam as vibrações sonoras em sinais que viajam pelo nosso sistema nervoso até o cérebro, que faz a interpretação do som. Só podemos reconhecer uma voz, uma música ou uma palavra graças ao cérebro. É ele que processa, em uma velocidade impressionante, todos os sons que as estruturas dentro dos nossos ouvidos captam em informação.


Por isso, cuidar da saúde dos ouvidos é fundamental para manter nossa audição ativa. Eles são os receptores dos sons, que irão captar esses sinais externos para que o cérebro faça seu trabalho. Logo, quando as estruturas da audição apresentam qualquer falha, todo esse processo fica prejudicado. O cérebro precisa da boa e correta captação sonora feito pelo sistema auditivo para fazer seu trabalho. Quando há uma perda auditiva, mesmo que muito leve, o cérebro precisa de mais energia para discriminar o que foi escutado, a isso chamamos de esforço de escuta.


Você já ouviu alguém dizer que escuta, mas não entende? Isso acontece quando há um comprometimento na habilidade de captarmos os sons e transferirmos a informação para que nosso cérebro a processe corretamente, o que chamamos de perda auditiva. Com o tempo, sem a correta estimulação, o cérebro vai perdendo a capacidade de ouvir e isso pode prejudicar uma série de outras funções cognitivas, como a memória, a atenção e até o sono. Ouvir bem é essencial para nossa saúde.


O que é presbiacusia?


Com o avanço da idade, há uma alteração gradual do sistema auditivo afetando as células responsáveis pela audição, na cóclea. Isso leva a uma dificuldade em ouvir bem, o que prejudica a cognição, reduz a qualidade de vida e pode provocar depressão e zumbido.


O ser humano é capaz de ouvir frequências que variam entre 20 Hz e 20 KHz. Ainda na fase adulta, algumas pessoas já não conseguem ouvir mais em frequências acima de 15 KHz. Quando a presbiacusia se instala, a perda auditiva é maior e as frequências mais afetadas são acima de 2 KHz. Há também uma perda importante nas frequências médias e baixas (0,5 a 2 KHz), o que torna difícil entender sons como a fala humana.


A presbiacusia é um tipo de perda auditiva permanente, já que causa lesões nas células do ouvido. Em geral, ela acomete os dois ouvidos, levando a alterações no próprio córtex cerebral, por conta da privação dos sons.

Tipo e sintomas da perda auditiva causada pelo envelhecimento


Quase sempre, a presbiacusia é mais comum em pessoas acima de 50 anos. O tipo mais comum é de perda neurossensorial, onde o paciente possui dificuldades em ouvir sons agudos e pode apresentar zumbido. Em geral ela é bilateral e simétrica, ou seja, acomete igualmente os dois ouvidos.


Há ainda o tipo neural, em que os neurônios responsáveis por transmitir ao cérebro os sinais captados pela cóclea morrem. Nesses casos, o paciente apresenta muita dificuldade de entender o que as pessoas falam, não consegue ouvir a tevê mesmo em som elevado e apresenta quadros de depressão, isolamento e cansaço.


É importante alertar que a perda auditiva não é algo exclusivo das pessoas mais velhas. Ela pode atingir adultos, jovens e crianças, dependendo de uma série de fatores, nem sempre relacionados com a idade.


Por isso, é fundamental realizar o acompanhamento com o médico otorrinolaringologista para avaliar sua audição. Por meio de exames simples e indolores, como a audiometria e a imitanciometria, o profissional é capaz de detectar qualquer alteração na audição e indicar o melhor tratamento para que o quadro não se agrave. Quanto antes for realizado o diagnóstico, mais fácil é reverter os impactos negativos da perda auditiva.

Por que é importante tratar a presbiacusia?


Deixar de ouvir é um processo comum com a idade, mas que não deve ser ignorado. Muitos familiares acham natural que o paciente idoso não ouça e que isso é parte do envelhecimento. No entanto, o que poucos sabem é que este processo vai levar a uma série de complicações e um impacto negativo na vida do idoso.


Por conta da privação sonora, o paciente passa a se isolar do convívio familiar, interage menos com o mundo e absorve uma menor quantidade de informação. Por exemplo, imagine uma pessoa que não consegue mais assistir ao noticiário? Ou acompanhar uma conversa em família? Invariavelmente, isso leva a depressão e a uma dificuldade de compreensão do mundo ao seu redor.


Sem receber estímulo sonoro corretamente, o cérebro vai sofrendo os impactos da perda cognitiva. Ou seja, novas sinapses são prejudicadas. Aos poucos o paciente com presbiacusia pode apresentar quadros de demência, desequilíbrio, tontura, distúrbios do sono, irritabilidade e cansaço.


Eis a importância do diagnóstico precoce da perda auditiva. Quanto antes forem detectadas as alterações, mais rápido é para a reabilitação do paciente. O resultado? Mais qualidade de vida para o idoso e muito mais saúde.


Como tratar a presbiacusia?


Após realizar os exames com o profissional fonoaudiólogo, o médico vai determinar a melhor conduta. Ela pode envolver a mudança de hábitos do paciente e terapias sonoras, mas a mais importante delas é o uso do aparelho auditivo.


A tecnologia disponível no mercado atual possibilita uma série de diferentes dispositivos, com funções modernas capazes de regularizar a audição. Muitos desses aparelhos são pequenos, discretos e possuem até integração com dispositivos, como celular e televisor, via bluetooth.


Com isso o paciente passa a escutar e pode receber os estímulos sonoros adequadamente, o que coloca seu cérebro novamente para trabalhar, recuperando muitas das funções cognitivas perdidas.


É importante lembrar que existem vários tipos de aparelhos auditivos e que cada um deles é indicado para um tipo de perda. O médico e o fonoaudiólogo irão avaliar cada caso para indicar a melhor solução. Vale lembrar também a importância de realizar a regulagem correta do aparelho auditivo com o fonoaudiólogo.


Ele é o profissional que irá indicar a melhor maneira de usar o dispositivo e que fará as consultas de acompanhamento, para checar a adaptação do paciente com o equipamento, fazendo os ajustes necessários. Por isso, é essencial usar o aparelho como indicado e frequentar as consultas com os especialistas para alcançar resultados satisfatórios. Em geral, logo após as consultas iniciais, os pacientes já começam a notar as diferenças e já se sentem plenamente adaptados ao uso do dispositivo.


Se um familiar ou mesmo você sente que está com alguma dificuldade para ouvir, procure ajuda especializada. Lembre-se: a perda auditiva é uma consequência da idade, mas não deve ser encarada como algo irreparável. Idosos também podem e devem ouvir bem.

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