Qual a indicação e como é feito o exame otoneurológico?

Mais comum do que parece, a sensação de tontura e enjoos ao andar de carro podem indicar problemas mais graves. Saiba como o exame otoneurológico pode ajudar e como ele é realizado.

exame otoneuro

Vertigem, tontura ou enjoos ao viajar são sintomas que podem estar ligados ao sistema auditivo. A condição é mais comum do que parece e acomete cerca de 8% da população só na cidade de São Paulo. Para identificar a causa e diagnosticar o problema, o exame otoneurológico completo é uma avaliação abrangente do sistema vestibular e nervo coclear.. O exame é fundamental para diagnosticar uma variedade de distúrbios do equilíbrio e audição, permitindo um tratamento preciso e personalizado. Neste artigo, explicaremos detalhadamente como ele é feito, sua importância clínica e para quem é indicado.

O que é o Exame Otoneurológico?

O exame otoneurológico é uma avaliação abrangente do sistema vestibular e coclear, que inclui uma variedade de testes para determinar a função do equilíbrio e da audição. Esses testes são conduzidos em um ambiente controlado, muitas vezes em clínicas especializadas, por profissionais treinados e equipados com tecnologia avançada.

O processo começa com uma entrevista detalhada sobre o histórico médico do paciente, incluindo a investigação de sintomas como tontura, vertigem, desequilíbrio e até mesmo casos envolvendo quedas, perda auditiva e zumbido. Isso indica que existe algo errado no organismo e que precisa ser tratado para que não evolua. Em muitos casos há queixa de náuseas e vômitos ao andar de carro, ônibus ou moto, por exemplo.

O profissional fonoaudiólogo realiza uma série de testes clínicos para avaliar a função vestibular, que analisam o movimento dos globos oculares e o equilíbrio do paciente. Esses testes práticos envolvem a capacidade do sistema nervoso central de integrar informações sensoriais para manter o equilíbrio.

Durante o procedimento é realizada uma avaliação auditiva detalhada, que inclui uma audiometria, para identificar qualquer perda auditiva e determinar seu tipo e grau. Isso pode impactar diretamente nos sintomas descritos pelo paciente.

Os testes vestibulares instrumentais incluem a videonistagmografia (VNG), o exame de vectoeletronistagmografia (VENG) e potenciais evocados miogênicos vestibulares (VEMP), entre outros. Esses testes avaliam o funcionamento do labirinto e dos nervos vestibulares e cocleares. Já a calorimetria e a cinesiofrenia ajudam a avaliar a função do reflexo vestíbulo-ocular em resposta a estímulos térmicos e visuais. Os testes são indolores e são realizados utilizando equipamentos especializados que permitem uma avaliação objetiva e quantitativa da função vestibular.

A videonistagmografia e a vectoeletronistagmografia registram os movimentos oculares do paciente, enquanto são expostos a uma série de estímulos visuais e posicionais, ao mesmo tempo em que medem a velocidade e a direção desses movimentos.

Todo o processo do exame otoneurológico pode ser realizado em cerca de 90 minutos, dependendo do paciente. O procedimento é realizado utilizando equipamento apropriado e computadorizado, que mede automaticamente as respostas do organismo e registra os dados que serão avaliados pelo especialista.

Para realizar o exame otoneurológico é necessário que o paciente esteja acompanhado de um maior de 18 anos, esteja em jejum de 3 horas e que evite o consumo de alimentos ou bebidas estimulantes como café no dia do exame. É importante avisar o médico sobre o uso de medicamentos, que podem interferir no resultado dos testes.

Quando é indicado o exame otoneurológico?

O exame otoneurológico completo desempenha um papel crucial na identificação e diagnóstico de uma variedade de distúrbios vestibulares e auditivos, incluindo vestibulopatias periféricas e centrais, tais como vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), neurite vestibular, labirintite, doença de Ménière, entre outros.

O exame também é importante no diagnóstico da perda auditiva, seja ela condutiva, sensorioneural ou mista, e em diferentes faixas etárias e nas desordens do equilíbrio, como ataxias, síndromes cerebelares e distúrbios do processamento sensorial.

O exame otoneurológico ainda desempenha um papel crucial na avaliação da origem e possível associação com distúrbios vestibulares ou auditivos em casos de pacientes com queixas de zumbido.

Nesse sentido, o exame otoneurológico é recomendado para qualquer indivíduo que apresente sintomas de tontura, vertigem, desequilíbrio, perda auditiva ou zumbido, especialmente se esses sintomas interferirem na qualidade de vida diária. Além disso, é indicado para pessoas que sofreram lesões na cabeça, traumas cranianos, infecções do ouvido interno, distúrbios neurológicos ou que estejam se submetendo a cirurgias que possam afetar o sistema vestibular ou coclear.

É essencial procurar o médico ao sentir qualquer um desses sintomas e conversar com o profissional sobre a necessidade de um exame otoneurológico. Lembre-se que esses sintomas podem indicar outras doenças ou distúrbios de audição que, se não forem corretamente tratados, podem levar a complicações. Jamais utilize qualquer tipo de medicamento sem orientação do profissional de saúde.

Por meio de uma combinação de testes clínicos e instrumentais, o exame otoneurológico permite aos profissionais de saúde identificar com precisão e segurança a origem dos sintomas e desenvolver um plano de tratamento individualizado para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando problemas relacionados ao equilíbrio ou audição, consulte um especialista para uma avaliação otoneurológica completa e diga adeus aos enjoos e tonturas.
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